No passado dia 26 de junho de 2022 a Associação de Dadores Benévolos de Sangue do Hospital de Tomar celebrou o seu 28º Aniversário e o seu 32º Convívio.
As comemorações iniciaram-se no cemitério da cidade com a deposição de uma coroa de flores na campa do Sócio Honorário Manuel Fonseca, em sua memória e de todos os dadores, amigos e colaboradores falecidos.
No Restaurante A Familiar, onde decorreram a cerimónia protocolar e o almoço, de registar as presenças da Sra. Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Português do Sangue e Transplantação, Dra. Maria Antónia Escoval, do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Tomar, Dr. Hugo Cristóvão, da Diretora Clínica do CHMT, Dra. Ivone Caçador, do Deputado e Presidente da Assembleia Municipal de Ourém, Eng. João Moura e do Vice-Presidente da FAS-Portugal, Paulo Cardoso, e do dador mais antigo da associação e Sócio Honorário, Manuel Eira, de entre outros convidados.


Naturalmente que os convidados mais especiais foram os dadores, os homenageados, os que dão sentido à existência desta Associação.

O Presidente da Direção, Joaquim Palricas, deu as boas vindas a todos começando por dizer:
“Porque não estamos numa cerimónia protocolar de estado, deixem que faça uma referência prévia acerca da composição desta mesa. Porque a dádiva, a dádiva benévola, necessita ser olhada de uma forma mais assertiva, quis ter aqui simbolizado algo que influencia e importa muito nas nossas vidas: o poder central, o poder local, a saúde, a educação e o voluntariado sob a sua dimensão mais genuína, a dádiva de sangue e medula. Obrigados por acederem e aqui estarem!
Já agora, também o tema escolhido para a mesa não foi ao acaso! O plasma não é mais ou menos importante que qualquer outro componente do sangue, mas é estratégico!
Sinto-me muito honrado por tomar hoje a palavra enquanto Presidente da Direção desta associação, onde “dadores” trabalham com o propósito único de defender e satisfazer as necessidades de todos aqueles que necessitam de uma transfusão ou de um qualquer tratamento com derivados ou componentes do sangue. É uma missão que levo muito a sério!
Permitam que agradeça pois, e antes de mais, aos dadores! São eles a única razão de estarmos aqui! Sem os dadores, qualquer associação específica, serviço de sangue, médico, técnico, auxiliar, ou seja, o que e quem for, ficaria esvaziado de importância, e muitas vidas correriam perigo.
Faz assim todo o sentido que os seus direitos sejam defendidos. E as atuais circunstâncias não são desculpa para não assegurar esta necessidade.

É altura de pensarmos em novos métodos, estudar sinergias, avaliar novas potencialidades para que o “dever cívico” que é “dar sangue” possa ser exercido sem custos acrescidos para os dadores, para as empresas, para o estado. Apenas o bem dos doentes deve estar em causa!
Talvez a atual conjuntura proporcione uma boa altura para repensar a dádiva e apostar noutras técnicas, como a colheita por aférese, a colheita seletiva de componentes do sangue. Estando aqui presentes a Presidente do IPST e a Diretora Clínica do CHMT, não poderia de deixar de abordar este tema. Quem sabe, um dia será possível fazê-lo aqui, em Tomar, no nosso Hospital! Que orgulho seria!”

Nesta altura foram chamados e receberam os respetivos galardões os dadores que perfizeram 20, 40 ou 60 dádivas de sangue, e que por isso são medalha Cobreada, Prateada e Dourada, não sem que o Presidente fizesse o seguinte esclarecimento:
“Que fique claro que estão aqui apenas estes dadores pela situação pandémica que ainda vivemos. E, porque somos agentes de saúde pública, não podemos nem devemos fazer de outro modo. Esperamos, talvez já no próximo ano, poder voltar aos nossos grandes convívios de centenas de pessoas. Foram convidados 40, mas temos connosco 26, e respetivos acompanhantes, dos cerca de 1200 dadores que efetuaram dádivas no ano transato.”

Prosseguiu anunciando:
“Queremos hoje fazer um pequeno reconhecimento a algumas pessoas e instituições que, ao longo dos anos vão facilitando o trabalho que vimos fazendo nos concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere e Ourém: a Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Fontainhas da Serra, Joaquim Vieira Pereira, Manuel Santos Pereira, Joviquadro, Óptica Alípios e SPR Esperanças”.


Referindo-se às dificuldades na execução das atividades em 2021, disse:
“Num ano ainda muito marcado pela crise pandémica e na sequência dos constrangimentos determinados pela resposta à Covid-19, a exigência de uma rápida capacidade de resposta foi determinante nos resultados obtidos e na proximidade possível com os dadores e colaboradores.
Permitam também dar-vos nota de alguns elementos estatísticos que colhemos, relativamente à distribuição dos dadores por grupo etário. Apesar da prevalência no grupo dos 45 aos 65 anos, é reconfortante e um sinal de esperança verificar que os mais novos estão a aparecer, perfazendo mesmo já a maioria se fizermos um único grupo desde os 18 até aos 44 anos. Deixem-nos ainda revelar que, dos três locais de recolha no centro hospitalar, Tomar colheu 50% do total”.
Em números revelou que se obtiveram 2319 inscrições e 2011 colheitas em 2021, um aumento em 53 inscrições, cerca de 2,3%, e apenas uma colheita a menos.

Quanto ao serviço de Imunohemoterapia referiu:
“Quando tive a oportunidade e me encontrei com o Sr. Presidente do Conselho de Administração, Dr. Casimiro Ramos, lhe dei as boas vindas e falamos destes assuntos, de entre outras coisas disse-lhe que gostava que este serviço se desse a conhecer, que se mostrasse, que ultrapassa-se a nossa geografia, pois que a nível nacional já foi inovador. Reforço isso! Considero importante e reconheço que a capacidade existe, pois tem profissionais competentes e capazes.
Sei que existem problemas! Espero que rapidamente sejam ultrapassados para bem da região, com um grande serviço de proximidade, de todos e especialmente de quem precisa de um tratamento com componentes ou derivados de sangue”.

Em relação ao futuro, projetou
“Incrementar e sistematizar a comunicação por via digital, promover uma maior interação com as pessoas, numa lógica de interiorização da necessidade da dádiva disponível em tempo útil, colaborar no desenvolvimento de iniciativas participativas e colaborativas, promovendo a inovação na promoção da dádiva, promover medidas de conciliação da vida profissional, familiar e pessoal dos dadores e potenciais dadores na disponibilidade para a dádiva e continuar a aposta na sensibilização, formação e educação para a dádiva, são objetivos que queremos conseguir”.

Terminou enfatizando:
“Mais importante que cantar os parabéns à associação, é imprescindível dizer Obrigado Dadores”!

Os restantes elementos da mesa também usaram da palavra com referência natural à dádiva benévola de sangue, nomeadamente as conquistas alcançadas na luta pelo aproveitamento total do plasma (representante da FAS Paulo Cardoso), o estado confuso do SNS (Deputado João Moura), as condições do serviço de Imunohemoterapia do CHMT (Diretora Clinica, Ivone Caçador), a mais-valia das associações no concelho (Vice- Presidente Hugo Cristóvão) e os resultados do IPST (Presidente do CA, Antónia Escoval), destacando que em 2021 as colheitas de sangue em Portugal obtiveram bons números.

O almoço decorreu com o agrado de todos.
Um agradecimento à Ana Roque e ao Alfredo José pelas suas boas notas musicais.

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