TOMAR, Escola Jácome Ratton, 22 de junho de 2025
Realizou-se mais um Convívio de Dadores de Sangue, num dia marcado pelo espírito de solidariedade e reconhecimento.
A iniciativa começou bem cedo, pelas 6,30h, quando foi necessário abrir as portas na Escola Jácome Ratton para que se iniciassem os preparativos para o almoço que viria a ser servido.
Pelas 10,00h aconteceu a já habitual ida ao Cemitério de Tomar, onde foi prestada homenagem aos dadores e dirigentes já falecidos – um momento de respeito e memória para todos os que dedicaram parte da sua vida a esta causa. Foi a oportunidade de lembrar figuras bem importantes para a Associação, nomeadamente o Manuel Fonseca, Sócio Honorário e um dos fundadores, e o Comendador Moreira Alves, recentemente falecido, e também Sócio Honorário. Para assinalar a efeméride foi depositada uma coroa de flores na campa onde repousa o saudoso “Manel Fonseca”.

Já na Escola, pelas 11,00h, e sob a condução da Ana Palricas coadjuvada pela Andreia Pereira, aconteceu a sessão solene do evento sendo de destacar a Mesa de Honra constituída pelas seguintes personalidades:
- Hugo Cristóvão, Presidente da Câmara Municipal de Tomar;
- Hugo Costa, Presidente da Assembleia Municipal de Tomar e Deputado da Assembleia da República;
- Ilda Neves, em representação do Conselho Diretivo do IPST, responsável da Área da Promoção no CST de Coimbra;
- Joaquim Silva, Presidente da Assembleia Geral da FAS Portugal e Vice-Presidente da FIODS, a Federação Internacional das Organizações de Dadores de Sangue
- Lídia Gaspar, Adjunta da Enfermeira Diretora, em representação do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo;
- Manuel Roque, Presidente da Mesa da Assembleia Geral, em representação da Diretora do Serviço de Imunohemoterapia da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo;
- Paulo Macedo, anfitrião e Presidente Agrupamento Escolas Templários
- Ricardo Carlos, Tesoureiro da Associação e Deputado à Assembleia da República, em representação de todos os Dadores;
- Joaquim Palricas, Presidente da Direção da Associação.
De relevar que, por motivos de última hora e inadiáveis, não foi possível a representação de qualquer representante do Serviço de Imunohemoterapia da ULSMT.
No discurso inaugural, o Presidente da Direção, depois de cumprimentar e saudar os presentes na mesa disse:
“Senhoras e Senhores, Caros colegas, Voluntários e Amigos,
Caros Dadores
É com enorme orgulho e profunda gratidão que nos reunimos hoje para celebrar mais um aniversário da nossa Associação de Dadores Benévolos de Sangue do Hospital de Tomar.
Este é um momento especial!
Um momento de reconhecimento, de reflexão, de celebração e, acima de tudo, de agradecimento. É também um momento de prestação de contas, porque prestar contas é mais do que um dever: é um sinal de respeito, de transparência e de compromisso com todos vós que confiam no nosso trabalho e de quem colocou recursos à nossa disposição.
Comecemos então por aí, ao balanço da atividade em 2024.
Devemos desde logo afirmar que mantivemos bem viva e ativa a missão que nos define:

“Promover a dádiva não remunerada de sangue ou componentes e de medula óssea, assegurando a sua disponibilidade na comunidade onde nos inserimos, com elevados padrões de qualidade e quantidade, mobilizando dadores anónimos, benévolos e fidelizados, movidos por um espírito solidário e altruísta.”
Ou, dito de forma simples: salvar vidas através da dádiva voluntária e solidária de sangue.
Em parceria com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação e com o Serviço de Sangue do Hospital Nossa Senhora da Graça, parte integrante da ULS do Médio Tejo, conseguimos apoiar a colheita de 1622 unidades de sangue e registámos 1889 inscrições.
Contudo, importa destacar que registámos menos 171 colheitas relativamente a 2023. Este decréscimo merece reflexão. Devemos, enquanto comunidade e dirigentes, pensar seriamente no que pode ser feito para inverter esta situação, que já reputamos de tendência local, mas também nacional.
Organizámos brigadas em vários locais – duas em cada um – e agradecemos calorosamente às instituições que nos acolheram:
- Junta de Freguesia de Ferreira do Zêzere
- Associação Cultural e Recreativa de Fontainhas da Serra
- Instituto Politécnico de Tomar
- Empresa SPR Esperanças
Nestes locais registámos um aumento de dadores e colheitas – um sinal claro de que há vontade e disponibilidade para dar. Mas, está visto que temos de ir ao encontro dos dadores e acolhê-los com respeito, consideração e carinho. Não podemos ficar à espera que as coisas aconteçam… temos de agir!
A maioria das dádivas provém de dadores fidelizados, mas este ano tivemos também a alegria de acolher cerca de 30 novos dadores entre os 18 e os 21 anos. Um sinal de esperança no futuro.
Entre as nossas outras atividades, destaco:
- Campanhas de sensibilização, com especial foco no verão e no Natal, sob o lema “Não Dês Game Over, Dá Sangue” – apresentando aqui um agradecimento público à Noop e à Índigos, pelo apoio gráfico e na gestão digital, sempre de forma voluntária.
- Participação em eventos como:
- Dia da Cidade
- Assembleia Geral, Convívio Nacional e Internacional e outras atividades da FAS, onde somos Vice-Presidente da Mesa da Assembleia
- Dia Nacional do Dador de Sangue
- Reuniões do CLAST
- O nosso 30.º Aniversário e 34.º Convívio
- Magusto e Caminhada, com cerca de 90 participantes
Igualmente, cuidamos e valorizamos as nossas parcerias. Queremos continuar a fortalecer essas colaborações fundamentais com:
- Unidade Local de Saúde do Médio Tejo
- Câmara Municipal de Tomar
- Juntas de Freguesia do Concelho de Tomar
- Junta de Freguesia de Ferreira do Zêzere
- Instituto Politécnico de Tomar
- Agrupamento de Escolas Templários, com um agradecimento especial por nos disponibilizar este belo espaço, Agrupamento Nuno de Santa Maria e de Ferreira do Zêzere, mantendo-nos também em contacto com os três agrupamentos de Escolas de Ourém
- ACRD de Fontainhas da Serra
- E a empresa SPR Esperanças.
Aos dadores, garantimos sempre acolhimento digno, informação clara e acompanhamento respeitoso. É o mínimo que merecem.
Quanto à execução financeira devemos dizer que tivemos um pequeno saldo operacional negativo que não coloca em causa a sustentabilidade da associação, sendo mais de 80% dos gastos consumidos nas atividades e material de promoção e publicidade.
Estes custos foram suportados por apoios institucionais, nomeadamente do IPST em cerca de 96%, e, sobretudo, pelo trabalho voluntário de muitos dos que aqui estão e a quem apresentamos o nosso sentido obrigado.
Destaco que as Contas e o Relatório de Atividades foram, em devido tempo, aprovados por unanimidade em Assembleia Geral e validados pelos serviços financeiros do IPST. E se mais não aplicámos foi porque não existiram outros suportes!
Voltando ao início, dissemos que este era também um momento de reconhecimento e agradecimento.
Falta, portanto, o mais importante: agradecer aos DADORES!
A vossa generosidade, o vosso altruísmo, a vossa entrega, a vossa resiliência, são a verdadeira razão da existência desta Associação. São vocês que, com um gesto simples, salvam vidas!
E fazem-no mesmo quando vos dizem que hoje não há médico, ou que a colheita terminou, ou que já não se colhe todos os dias, ou que nem se sabe que “aqui” ainda se fazem colheitas, ou que o material acabou! E, ainda assim, voltam! E voltam… e voltam!
Contudo, é verdade, e esta verdade dói, é verdade que já nem todos tornam!
Por isso se perdem dádivas! E dadores!
Obrigado! Obrigado e uma grande salva de palmas para todos os dadores!
Por fim, a reflexão.

E cabe aqui a justificação desta mesa tão vasta… é que estão aqui titulares de órgãos legislativos nacionais, executivos locais, pessoas das áreas da educação e da saúde. Também das estruturas do sangue, nacionais e locais e até um Vice-Presidente da FIODS, a Federação Internacional das Organizações de Dadores de Sangue. Não é todos os dias que estamos rodeados e perante tantas pessoas com tamanha relevância.
A reflexão, dizia, acontece porque vivemos tempos desafiantes para a dádiva benévola e não remunerada de sangue. Os números estão a baixar e isso deve preocupar-nos.

Todos, mas todos e eu incluído, temos a nossa quota de responsabilidade nesta área! Solicito a todos vós, que pedimos para estar aí sentados, ao vosso nível de responsabilidade, que apoiem e considerem como “vital”, e friso “vital”, esta causa.

Sabemos que, felizmente, as reservas de sangue, com maior ou menor dificuldade, estão relativamente estáveis, não comprometendo seriamente os tratamentos dos doentes. Mas ciclicamente lá surge a notícia: estamos em dificuldade, precisamos de dadores do grupo x, ou y… e depois temos os serviços cheios! E passado um mês voltamos ao mesmo porque, entretanto, vieram quase todos… e lá temos que adquirir umas pools de plaquetas ou uma unidade de um qualquer derivado!
Caros amigos,
A promoção da dádiva tem de ser um trabalho contínuo, metódico, organizado, supervisionado, feito por quem sabe! E as associações ou grupos de dadores sabem fazê-lo.
Mas também têm de ser melhor e eficazmente apoiadas… sabem, por exemplo, que desde 2017 que o apoio/km em deslocações dos voluntários mantém o mesmo valor?!
Mas mais, serão estes apoios, ou estas exigências, uma despesa?
Decerto que não!
Dar sangue não é uma despesa, é um investimento, um investimento na saúde pública e na vida humana, um investimento em todos nós se e quando eventualmente necessitarmos.
É, pois, essencial criar condições para reconhecer, apoiar e acolher os dadores com dignidade e as suas associações tal como merecem.
E as pessoas estão disponíveis. É preciso apenas querer e agir! Decidir e executar, com os atores certos!
Termino, esperando contar com todos vós no próximo ano.
Obrigado por estarem aqui.
Parabéns à nossa Associação.
Parabéns aos voluntários.
Parabéns, acima de tudo, aos nossos dadores benévolos e não remunerados.
Vamos continuar juntos – com coragem, com solidariedade e com esperança.
Muito obrigado”.
Sucederam-se intervenções de todos os presentes na mesa que, além de parabenizarem a Associação, se mostraram disponíveis e colaborantes nos desafios que a causa da dádiva de sangue representa para a sociedade no seu todo.
Ocorreu seguidamente a entrega de diplomas e galardões aos dadores que se têm distinguido pela sua dedicação e número de dádivas. Um gesto simbólico de agradecimento pelo contributo valioso de cada um. Nem todos estes dadores puderam estar presentes, mas todos foram avisados estando a sua distinção pronta a ser entregue.
De registar que existiam 22 Diplomas (10 dádivas), 19 Medalhas Cobreadas (20 dádivas), 10 Medalhas Prateadas (40 dádivas), 3 Medalhas Douradas (60 dádivas) e uma Medalha Dourada de 100 dádivas. Este reconhecimento público aos Dadores de Sangue está devidamente enquadrado pela Lei nº 37/2012 (Estatuto do Dador de Sangue) e regulamentado pela Portaria nº 124-A/2013.
O convívio terminou com um almoço que juntou dadores, familiares e amigos, num ambiente de partilha e companheirismo, celebrando os valores que unem esta comunidade solidária.
Por fim, um agradecimento especial à Rádio Hertz e ao Jornal Cidade de Tomar pela presença, ajudando assim à divulgação desta tão nobre causa.














































































